terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Hosanas ao Novo Provincial!

A alegria inundou nossos corações quando recebemos a notícia de que o Pe. Miguel havia sido nomeado Provincial da Província Brasil Nordeste da Companhia de Jesus.

Entre as diversificadas missões já assumidas, que o capacitam para esta, mais recente e desafiadora, Pe. Miguel também foi Diretor do CIES de Salvador, no período de 2000 a 2004. Naquela oportunidade, foi-nos concedida a graça de fazer a experiência da convivência alegre, da espiritualidade recheada de música e poesia, do fazer administrativo com leveza, sensibilidade e dedicação, marcas do ser e agir deste jesuíta que agora acolhemos como Padre Provincial.

Na certeza de que estamos inseridos e comprometidos com a sua missão, transcrevemos, aqui, a sua primeira correspondência após a notícia do provincialato:

“Companheiros queridos,

Ontem de manhã bem cedo, subi o Morro da Conceição. Fui entregar a Nossa Senhora, arranjados como num maço de flores, o turbilhão de sentimentos experimentados desde a manhã do dia anterior, quando me foi comunicada a escolha do Pe. Geral. Na verdade, fui pedir à padroeira para me ajudar a lidar com esta nova situação. Ninguém como ela entende de pedidos assim grandes, quando o Mistério dialoga com a nossa pequenez. Misturado à multidão, na praça do alto do Morro, sob o sol de dezembro, o único pedido que me vinha ao coração, como um mantra, era: “Dá-me a tua Graça, é só isso que eu quero e preciso”. Peregrino, como Santo Inácio no alto do morro, coloquei aos pés da Virgem o meu desejo de ser um humilde servo da glória e do amor de Deus.

Nestes dois últimos dias, tenho experimentado uma paz que eu não imaginava ser possível, diante de desafio tão grande. Esta serenidade, tenho certeza, é fruto do amor de Deus, de sua Graça abundante que toma conta de mim. A chuva de e-mails, torpedos, telefonemas e abraços que me chegam nestes dias é como uma rede de bênçãos, que me traz a segurança que preciso para dizer sim a Deus sem medo. Obrigado pelo carinho e a amizade de todos. Não foi esta a mesma experiência que sustentou os sonhos daqueles estudantes de Paris, tantos séculos atrás? Tenho consciência dos desafios que tenho pela frente. Mas também tenho a consciência de que os enfrentaremos juntos. Isto sim, me consola.”

Grande abraço a todos!
Em Cristo, Companheiros.
Miguel sj

domingo, 5 de dezembro de 2010

DEUS ÍNTIMO E AMANTE


Todos os dias Ele rasga o céu e entra no mundo, pequeno e nu.
Precisado de nós, come o pão que o diabo amassou, trôpego e embriagado pelo PAI, qual ébrio nas madrugadas.
Anuncia o Reino, mas aparenta ser plebeu e pobre que nem Jó.
Sua divindade contaminada de carne humana, na nossa carne torna-se Deus com a nossa cara, nossos achaques, nossas mortes e ressurreições de cada dia.
Ele é o Nosso Senhor, mas tão íntimo parece outro Eu conosco, de quem não é ocultado o que de nós mesmos se oculta.
Quando nos esquecemos de Lhe abrir a porta, senta-se no batente e espera que sintamos sua falta. Então, entra e faz a festa, serve-nos sua Palavra, às vezes guardada, pois Ele soube antes que precisaríamos dela e por acaso abriríamos a gaveta...
Ele não nos deixa na penúria: investe nossos bens espirituais, poupando em nossa alma uma ou outra jaculatória, como “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus”, promessa sussurrada que nos convence: dormimos em paz como criançinha no colo materno! Oh, tesouro de que tanto precisamos!
Se pedimos, aconselha-nos o jeito, a busca, a renúncia, falar ou silenciar.
Espera cem anos até ser escutado. Ele não grita, nunca eleva a voz, não clama nas ruas. Não quebra o caniço rachado, não extingue a mecha que ainda fumega (Is. 42, 2-3).
No cansaço, carrega conosco nossa cruz de gravetos e nos fortalece com o Pão e com o Vinho, alimentos que nos oferece.
Quando nos achegamos arrependidos, esconde-nos o rosto na curva de seu ombro antes que possamos dizer, pois se há algo que O aborrece é ouvir-nos falar mal de alguém, ainda que seja de nós próprios.
Sendo nós tão livres e Ele tão definitivamente colado em nós, torna-se cúmplice de nossos delitos. Qualquer tribunal humano condenaria um Deus assim, razão de suas cicatrizes que nos recordam uma cruz...
Sabendo-O ferido, quem sabe queiramos cuidar Dele, beijar-Lhe a face, declarar nosso amor. Mas, então, sutil e firmemente, Ele desviará nossas mãos e nosso olhar para o mundo, onde Ele tem várias caras e donde nos olha, espera, chora e ri.
Se nos deixamos atrair, celebramos o Natal, nós e Ele, em todos.
Hoje, amanhã, e depois também.

Nas alegrias e consolações do natal cotidiano,
a feliz celebração do Advento e do Natal Santo.

Iranaia – Natal 2010

domingo, 28 de novembro de 2010

Preparação para o Natal


No dia 27 de novembro, realizamos a nossa manhã de espiritualidade em preparação ao Natal que se aproxima, orientados por Ir. Epifânio (jesuíta), que trabalhou a temática “As presenças no Natal de Jesus e em meu Natal”.
Neste sentido, trouxe-nos a proposta de fazer a experiência dupla do caminho de ida e volta, sentindo, percebendo e saboreando o ontem que se fez história e o hoje que nos configura e aponta o futuro.
Lembrou-nos, ainda, que oração é encontro, o encontro de Deus conosco, por isso, é a partir da Encarnação que nos preparamos para o Natal. E ressaltou: se meu espírito está bem, fico mais atento/a e tenho mais disposição para ver Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus. Sugeriu focalizar a dimensão do encontro e perceber as relações, encontrar com as pessoas e captar a essência, pois é na relação com o outro que nos conhecemos e crescemos.
Então destacou: Jesus nasce! Ele vem ao encontro e as pessoas vão a Ele. Os pastores vão a Jesus e Jesus os acolhe. Os anjos vêm aos pastores e anunciam que Jesus nasceu: eles dão a notícia, fazem o anúncio, dão pistas, falam a Boa Nova: Nasceu para vocês um Salvador! O que vocês vão fazer com esta notícia? Vão continuar iguais? Os anjos apresentam a realidade, não fazem o convite para ir ver Jesus. O convite brota nos pastores, que deixam o seu cotidiano, a sua realidade, e decidem ir ao encontro de Jesus. (Lc 2, 1-20).
Recordando-nos o sentido das Oitavas do Natal, Ir. Epifânio justificou a escolha de dois textos que dão continuidade à experiência do Natal e possibilitam perceber a ressonância da festa, do acontecimento. Lc 2, 25-35, é a passagem em que Jesus vai ao Templo, vai dedicar-se a Deus e vemos o encontro com Simeão, homem que esperava... Quando Jesus vem, acaba a espera de Simeão: só faltava isso e aconteceu hoje... Hoje se realizou. Jesus faz mudar a identidade: Simeão já não é mais aquela que espera, mas aquele que encontrou.

Em Lc 2, 36-40, temos o encontro, no Templo, com a profetisa Ana, mulher que se dedicava totalmente a Deus. Já aqui, vemos que Jesus não faz distinção de gênero, encontrava-se com homens e também com mulheres. Este encontro traz a motivação interna, a identidade desta mulher muda confirmando: só precisa encontrar com Ele e plenificar.
No segundo momento, Ir. Epifânio destacou que, anteriormente, havíamos utilizado textos bíblicos e literários, pois houve referência a Drummond e Adélia Prado. Agora, com o coração já aquietado, porque contemplamos a realidade divina, buscando dela tirar proveito para quando vivenciarmos situações similares em nossa vida cotidiana, utilizaremos como texto para a oração pessoal a nossa própria vida.

Então, propôs-nos fazer o caminho de volta: colocar Jesus e toda a Corte Celestial nos referenciais do nosso Natal pessoal, numa analogia a “Um Conto de Natal” de Charles Dickens. Assim, em oração, poderemos resgatar os natais já vivenciados, recapitular a história pessoal e identificar o que me falou mais, por que me tocou, o que tinha de relação com Deus e com a vivência do Evangelho, trazer as pessoas e rezar por elas.
Em seguida, deveremos voltar o olhar para o presente: como vou passar este Natal? O que farei? Quais os planos para o meu Natal Novo? Reconfigurar o olhar: não são os planos para o Ano Novo, mas sim, para o Natal presente e, daí, para os natais futuros. O que desejo que se concretize no próximo Natal? A proposta consiste, então, em fazer uma caminhada por meus natais passados, focalizar o meu Natal hoje e, a partir daí, sentir o apelo que vem para o futuro.
Encerramos esta manhã de oração com a Celebração Eucarística presidida por Pe. Marcelino, SJ.


NATAL 2010...

A foto mostra o Presépio do CIES neste ano de 2010, confeccionado por Mírian com folhas de jornal para se fazer instrumento e anunciar a notícia que nunca envelhece:
NASCEU-VOS HOJE UM SALVADOR QUE É O CRISTO SENHOR! (Lc 2,11).

É, também, um convite à interatividade, ao diálogo com esta Criança, que vem para ser Caminho, apresentar a Verdade e promover a Vida em plenitude; por isso, somos convidados/as a deixar a nossa notícia-prece nos pés deste Menino Deus, escutar os sinais e confiar!

Face a esta proposta, transcrevemos, aqui, a reflexão de Mariza:

O Natal mais uma vez está chegando...
Estamos no Advento, tempo de preparação para a vinda do Senhor.
Parece que o nosso coração começa a dar sinal de que é chegada a hora da faxina, da limpeza, para dar lugar ao que temos de melhor, o que mais brilha em nós.
Receber Jesus nessa manjedoura cordial é algo que transcende as luzes e decorações dos shoppings e árvores de Natal.
Você realmente deseja preparar esse "coração manjedoura"?
Lembremos que o PERDÃO é a experiência humana mais profunda e a única que nos leva à verdadeira cura. Será que podemos hoje repetir o que Jesus disse há dois mil anos: "Perdoa, Pai, porque eles não sabem o que fazem" ou desejamos continuar rígidos, sempre achando que o outro é o culpado e que necessita chegar, humildemente, aos nossos pés, pedindo perdão?
A nossa prece exige a especificidade do que se está, realmente, pedindo, com o compromisso de se manter alerta à graça divina, ou seja, o esforço pessoal direcionado e atento à GRAÇA. Para retirar o lixo, o mofo e a poeira da nossa casa material, usamos vassoura, água e detergentes. Para faxinar o nosso coração, precisamos de silêncio, escuta e muita humildade.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Posse no CIES




O Centro Inaciano de Espiritualidade Nossa Senhora da Estrada estava radiante na manhã do dia 28 de outubro, quando a Equipe se reuniu a representantes da CVX, do CAV e outros amigos para a Celebração Eucarística que marcava a saída de Pe. Sérgio José,SJ, destinado ao México para cumprir a 3ª Provação e a chegada do Pe. James Roberto,SJ, que assumiu a Direção do CIES.

A alegria, a descontração e o clima fraterno harmonizavam com a simplicidade das falas ao expressar gratidão a Pe. Sérgio e o acolhimento esperançoso a Pe. James, que respondeu às nossas duas perguntas:
1) O que o move para esta missão?
— “Move-me o desejo sincero e o querer da Escuta da palavra de Deus em busca da verdade e da sua Santíssima Vontade, a fim de colaborar com o melhor que tenho para somar, profundamente, com o CIES”.
2) O que espera?
— “Espero que todos que nos procurem encontrem um coração cheio do Amor de Deus, e que também façam esta belíssima experiência à maneira de Maria Santíssima, no Magnificat, para também sentir-se nas mãos do Senhor, como Inácio na sua oferta generosa: Tomai e Recebei...”
E, direto de Guadalajara, México, a fala de Pe. Sérgio:
1) O que me movia para a missão no CIES: "acreditar na importância da espiritualidade inaciana para as pessoas";
2) O que espero: "é que possamos cada vez mais oferecer este instrumento para todos as pessoas, e que o CIES seja mais e mais eficiente nesta missão, dentro e fora de seus muros ..."

Assim, permaneçamos unidos em oração, buscando “em tudo amar e servir”!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sobre a Oração de Contemplação



Manhã de Espiritualidade 24/10/2010


Numa bela e ensolarada manhã de domingo, estiveram reunidas com o Pe. Pedro Maione cerca de 50 pessoas, inclusive jovens, que escolheram deixar o lazer e outros afazeres, para participar deste encontro de espiritualidade no CIES, quando o jesuíta falou sobre a Oração de Contemplação, alertando-nos que contemplar não é olhar e que, para contemplar, não podemos ter pressa, é preciso parar, sentir... Numa referência a Santa Tereza D’Ávila e ao encontro de Jesus com Marta e Maria, refletiu que a vida moderna não permite isso, porque estamos sempre preocupados e agitados, estas são as características do ativista.
Para fazer uma oração, é preciso prepará-la e recomendou que se escolha um autor sagrado por vez e, ao orar, lembrar de fazer sempre a repetição onde sentir o toque de Deus, quer seja pela consolação ou pela resistência. Alertou que alguns textos bíblicos são mais difíceis para a contemplação, a exemplo de Mt 1, 1-17, onde a relação dos nomes não ajuda, já que retrata homens e mulheres que são um desastre moral, mas poderemos, a partir daí, contemplar que Jesus é um de nós, ele não escolheu a elite, ele se aniquilou até nos seus antepassados. Assim, ficar diante de Jesus, pedir perdão e amor. Ficar diante Dele apenas querendo amar, pois o Senhor se fez nada... Por que, então, eu sou tão soberbo, orgulhoso? Na verdade, eu sou uma gotinha de água que, no Ofertório, se perde no sangue Dele.
Na oração contemplativa, só preciso amar e me deixar amar = “tuificados”, como a mãe que fica perto do recém-nascido quando está dormindo. A meditação deve levar à contemplação. Para exemplificar, tomou Lc 1, 1-38, ressaltando o “Faça-se” de Maria: este “Faça-se” faz cair o véu e, assim, me entrego a Ele. Também recordou a oração “Alma de Cristo”, cujo terceiro pedido deveria ser traduzido como Alma de Cristo embriague-me. Embriague-me de amor. Em Lc 2, 6-7, destacou que é o Filho de Deus que nasce numa manjedoura e não num palácio... Fico lá e me perco, sem palavras, me tornando pequeno, despindo-me do orgulho, da prosopopeia... Santo Inácio fala para tornar-nos um escravinho indigno para servir, estar às ordens.
Prosseguindo, convidou-nos a exercitar a oração contemplativa, fazendo um tempo de oração pessoal, com o texto da Anunciação (detendo-nos no “Faça-se”) ou do Nascimento de Jesus (diante do Menino).
Na ressonância da oração, lembrou que a partilha é um gesto de fraternidade, para não guardar para si. Em seguida, destacou a figura de São José, padroeiro da vida interior, Doutor do silêncio, o homem que desaparece. A Escritura não fala em José, só Maria o coloca em primeiro lugar, quando diz a Jesus no Templo: “Não sabíeis que teu pai e eu estávamos preocupados?”. Podemos pedir a São José a graça de ser contemplativos e pensar José com Maria, contemplando o Menino, na Gruta... Quanto silêncio e quanto amor!
O nosso desafio é transformar a reza em oração, quando tudo desaparece. Contemplar Nazaré → a casinha de Nossa Senhora → o diálogo → a resposta de Maria... Deus está presente aqui. Deus não está no céu, Ele está aqui e onde Ele está é o Paraíso, por isso a necessidade da reverência e do ato de adoração!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

PROPOSTA DE ORAÇÃO

Como cristãos, temos um objetivo comum que é fazer a experiência de uma oração que leve a uma maior intimidade com Deus, Nosso Senhor, através do seguimento a Jesus Cristo e deixando-nos guiar pelo Espírito.
Para isso, temos muito que aprender com Jesus, sentindo, saboreando o seu jeito de orar e percebendo como está a nossa oração pessoal. O que podemos fazer para nos configurar com este Filho que só tem um objetivo: fazer a vontade do Pai? Talvez lembrar que Jesus não fazia oração, Ele entrava em oração.


1º dia
Jo 1,35-39
Coloque-se ao lado dos discípulos, seguindo Jesus. Veja Jesus voltando-se para você e perguntando: O que você procura? Reflita por alguns minutos e responda a Jesus.
Imagine Jesus convidando: Vinde e vede! Procure saborear este encontro amigo com Jesus.

2º dia
1 Rs 19,11-13
Busque sentir o ambiente e, pouco a pouco, faça-o silenciar no seu coração. Deixe Deus silenciar, também, os seus ruídos interiores. Sinta a presença de Deus no silêncio e na suavidade da brisa. Escute-O dizer o seu nome e perguntar: Por que estás aqui?

3º dia
Lc 11,1-4
Imagine-se como um discípulo pedindo a Jesus: Senhor, ensina-me a rezar...! O que Ele lhe fala? Como lhe ensina? Como você se sente?

4º dia
Lc 6,12-16
Jesus se afasta para encontrar-se com o Pai em oração. Esta é uma atitude que se repete em outros momentos da sua vida. Ele rezou 40 dias no deserto... O que Jesus lhe ensina com essa atitude? E como têm sido os seus encontros com o Pai?

5º dia
Lc 22,39-46
Saia para rezar com Jesus no Monte das Oliveiras. O que acontece? O que você sente? O que Jesus lhe diz?

6º dia
Escolha um dos dias anteriores para fazer a Repetição da Oração. Trata-se de rezar a partir dos pontos onde se sentiu tocado.

A palavra do Senhor é reta,
em todas as suas obras resplandece a fidelidade:
ele ama a justiça e o direito,
da bondade do Senhor está cheia a terra.
(Sl 32, 4-5)

Vila Kostka – Itaici – Out/2010

Queridos(as) dos EE-A Arte do Cuidado, muita PAZ!
E aí, gente boa da Bahia, como vamos? Tudo bem?

Nesses dias a sensação que tive foi a de estar em um outro Brasil, foram dias muito interessantes em Salvador-BA. Inicialmente um tempo de Exercícios Espirituais em Mar Grande... foi muito legal a experiência de atravessar de lancha a Baía de Todos os Santos. Os EE foram com a temática: A Arte do Cuidado... que sempre tem uma ressonância muito legal no grupo, que era formado por leigos e religiosas, de várias idades, um grupo muito atencioso, acolhedor e bem aberto à proposta. Tivemos momentos belíssimos de celebração ao ar livre, com uma vista para o mar encantadora.
Sempre me toca muito a diversidade do grupo, com pessoas tão diferentes e que trazem tanta história, tanta vida... e também tantos sofrimentos. Como é bom ouvir, acolher as pessoas, poder dizer uma palavra de ânimo e coragem. Depois fiquei dois dias em Salvador, na comunidade dos companheiros jesuítas de Santo Antônio da Barra, onde fui muito bem acolhido, um lugar muito especial, com uma vista maravilhosa. Todos os dias de manhã fui caminhar pela praia, passando pelo Farol da Barra até Ondina.
Os passeios pelo Centro Histórico, pelas Igrejas do Pelourinho, foram momentos muito especiais, com cheiros, cores e formas encantadoras, com uma população de 80% de negros, realmente fiquei deslumbrado por tantas feições culturais num lugar tão lindo... mas também uma cidade de muitos contrastes! Agora descanso um pouco e vou preparando EE em Londrina-PR, e depois vou também a Cascavel, em nosso noviciado, agora junto da Província do Sul... desejo muito conhecer as cataratas de Foz do Iguaçu.
Vou terminando de colocar as fotos na página (http://www.renatosj.multiply.com/ ) quando tiverem um tempinho deem uma olhada por lá.
Continuem com Deus! Grande abraço, Pe. Renato,SJ

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

EXPERIENCIANDO A MISERICÓRDIA

O Pe. Manuel Iglesias registra, em seu livro “Um Retiro com o Peregrino”, seis experiências-luz que poderiam ser vias de acesso à fé e nortear a evangelização hoje: a Natureza, que tanto ensina a quem consegue sair de si. O Deserto, que nos ajuda a ser nós mesmos em momentos privilegiados de solidão fecunda. A Vida Comunitária, que propicia a simplicidade, a solidariedade, a hospitalidade e a partilha. A Amizade, que sempre será o clima básico da convivência social. O Trabalho criativo. E, finalmente, a Música, que nos faz vibrar com “o outro” e “o por dentro”.

Pedir a graça de, como pecador/a experimentar as torrentes de carinho do Pai e degustar o perdão. Assim, poderei acolher e perdoar o irmão como eu mesmo/a fui perdoado/a.


1º Dia: O próprio perdão. Posso perdoar-me trabalhando meus condicionamentos psicológicos para aceitar-me, ou, pelo menos, para prevenir-me dos mecanismos que me bloqueiam e influenciam. Sl 43,2-5

2ª Dia: O perdão aos que me ofenderam. Deter-me nos que mais me custa perdoar. Expor as resistências. Mt 5,24 ; 1 Jo4,19

3º Dia: Sentir que Deus toma a iniciativa. Não sou eu que consigo o perdão. Deus nos amou quando ainda éramos pecadores e nos amará sempre. Rm 5,8 Is 62,1-9

4º Dia: Confiar. Apresentar as graças e consolações recebidas ao longo da semana e da sua própria vida. Lc 15,19 ; Lc 7,38

5º Dia: O perdão implica uma tarefa. O agradecimento deve se exprimir em atos mais do que em palavras e sentimentos. Ao concluir a oração, num colóquio com o Crucificado, perguntar-se O que fiz? O que faço? O que farei por Cristo? Is 61,1-3

6º Dia: O que mudou? Em que mudei? Como é Deus agora para mim? Como se expressa meu testemunho? Lc. 1,46-55

Você poderá sentir o desejo de repetir a oração da semana. Se isso ocorrer, siga a voz do seu coração.

Textos para a semana seguinte: revivendo “experiências-luz”
Dt 1, 29-32 ; Mt 6,24-34; Is 41, 8-20; Rm 8, 26-39; At 17, 22-2

CURSO DE INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA


Nos dias 24, 25 e 26 de setembro, aconteceu o 2º o segundo módulo do Curso de Antropologia Teológica, com o Pe. Geraldo De Mori,sj que nos apresentou as reflexões construídas para responder à indagação: o que é o ser humano para a Teologia?, fundamentando-se nos textos do Gênesis, nos escritos proféticos, nos sapienciais, nos sinóticos, em São João e São Paulo.
Como eixo para a sua argumentação, focalizou a tese de que o ser humano é a imagem da imagem de Deus, chamado a estabelecer relação e ser como Ele através de Cristo. Enfatizou, também, que o ser humano foi criado na liberdade, por isso pode escolher aderir ou não à vocação de ser filho/a de Deus através de Cristo; é finito, por isso está sujeito às intempéries da vida; enquanto pecador é justificado pela fé, pela misericórdia de Deus e foi criado na unidade corpo e alma.
Destacou, também, que a Criação é o lugar da Antropologia Cristã, pois o ser humano, para existir, precisou de um lugar e Deus criou este lugar. Deus cria do nada, por generosidade, por graça. E esta Criação é pensada em termos trinitários: obra do Pai, o Criador, Fonte de tudo, o Doador e a Doação; Jesus é o mediador da Criação: por Ele, nEle e para Ele; e o Espírito Santo é o Senhor da Vida, Aquele que dá vida. A nossa fé é cristológica e trinitária: o centro é Cristo, com todo o mistério pascal, e Cristo nos diz que Deus é Pai e toda a sua vida foi movida pelo Espírito Santo.
Tudo que existe é bom, vem de Deus e existe para que se torne eucaristia/comunhão, ou seja, tudo é dom e na celebração eucarística, pelo Espírito Santo, elevamos tudo ao Pai. Tudo vem doPai, pelo Filho, através do Espírito Santo, porque Ele é que move os corações para que possamos repetir gestos crísticos. Cristo, na cruz, é plenamente humano, porque faz a experiência de ser totalmente vulnerável, experimenta a morte como terror e abandono e transforma numa experiência de fé mais pura, porque se abandona emDeus Pai e Mãe, é a "filialidade".
Eu saí de Deus e sou chamado a voltar para Deus. Isto é o que Santo Inácio fala "encontrar Deus em todas as coisas", não mística panteísta, mas panenteísta. Deus habita a Criação , mas não é a Criação. Deus está em todas as coisas, Ele não é as coisas. Isto torna possível a relação Criador - criatura e a relação entre nós, seres humanos. Deus é o Outro do mundo (Pai), o Outro para o mundo (Filho) e o Outro no mundo (Espírito Santo).
O Pe. Geraldo também apresentou as "Releituras da História Sobre Algumas Afirmações Bíblicas Acerca do Ser Humano", focalizando três momentos: Patrística: séc. II ao VIII, quando os teológos debatem com a gnose e a Teologia vai apresentar a unidade do ser humano e não a dicotomia corpo/alma; a Idade Média : Escolástica, quando o processo de reurbanização faz emergir uma vida religiosa que surge nas cidades e para as cidades, em redor das universidades; e o Período Moderno e Contemporâneo (a partir do séc XVI) quando surge a controvérsia sobre a Graça, mas a Teologia teve que se debater com a Reforma Protestante, por isso não se dedicou ao dualismo cartesiano. A partir do séc. XIX, com o domínio das novas ciências, verificam-se três correntes: a das neurociências, a dos filósofos e teólogos alemães e uma terceira corrente mais filosófica, que traz a tendência fenomenológica.
Quanto ao tema da liberdade, de que o ser humano foi criado livremente por Deus e é criado para ser livre, ressaltou que a decisão que o fez emergir é condição para que ele possa ser livre, por isso a Doutrina da Criação supõe o tema da liberdade como dom (ninguém escolheu existir) e como tarefa (é uma promessa, esperança nova e poderá realizar-se ou não). A liberdade, por ser recebida, é primeiro passividade e, depois, ação vivida no corpo. E conclui, afirmando que o ser humano é liberdade constitutiva: totalmente dom - aparece na geração, em nossas passividades, mas não é fonte de determinação, porque é também tarefa. A liberdade do ser humano é pensada na liberdade de Deus. Somos colocados no ser por um ato de generosidade de Deus e cada um vai se deixar determinar por uma figura filial que me mostra Deus: JESUS!

domingo, 4 de julho de 2010

No período de 14 a 16 de maio de 2010, aconteceu, no CIES-Salvador o segundo módulo do CURSO DE FORMAÇÃO DO SETOR DE ESPIRITUALIDADE da BNE, sob a orientação do Pe. Adriano Pighetti, S.J. e Equipe do CIES, contando com 16 participantes: 01 de Cachoeiro do Itapemirim-ES, 01 de Ferira de Santana- BA, 03 de Iconha-ES E OS DEMAIS DE Salvador-BA. Clique aqui para continuar lendo...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

clique na imagem para ampliar

A Oficina de Escuta Orante destina-se a jovens e adultos que sentem o apelo para a escuta ou o acompanhamento espiritual. A metodologia possibilita exercitar o escutar a si mesmo, escutar o outro e escutar pequenos grupos, através de atividades teórico-práticas que incluem a oração pessoal, a partilha e o estudo de pequenos textos sobre atitudes e procedimentos que mais ajudam.

Poderá ser vivenciada no CIES ou nas próprias paróquias e comunidades que visam à implantação da Pastoral da Escuta, em um tempo mínimo de 12 horas, a combinar com a Equipe do CIES. (Tel 3336-8483) Clique aqui para continuar lendo...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Uma pequena oração do Pe. Arrupe

terça-feira, 4 de maio de 2010

Alguns traços característicos da Inacianidade


A pessoa inaciana, aquela que vive a inacianidade, manifesta alguns traços típicos no seu modo de viver e de ser. Eis alguns desses traços:

Ser companheiro(a) de Jesus: conhecimento pessoal de Cristo, para mais amá-Lo e segui-Lo. Êxodo da estreiteza do próprio ser à largueza do coração: sair de si mesmo para os demais. A experiência pessoal como sabedoria de vida. Estar sempre a caminho: uma chave de compreensão da espiritualidade inaciana. Conhecimento das profundezas do próprio ser: descoberta do mundo dos desejos. Espiritualidade do acatamento reverencial. Mística inaciana: da experiência interior à encarnação na realidade. O “Magis” como propulsor da caminhada. Busca da maior Glória de Deus, na realização de Sua vontade. A Paixão pela Missão: busca do maior Serviço. Santidade: a ousadia de “deixar-se conduzir”. Uma espiritualidade de paradoxos: fazer tudo como dependesse de nós, mas em última instância tudo depende de Deus. Uma espiritualidade de discernimento que leva a um jeito próprio de rezar. Comunidade Inaciana de amigos(as) no Senhor. Inacianos: homens e mulheres no mundo, homens e mulheres de Igreja. Espiritualidade do trabalho: contemplativos na ação. Espiritualidade do cotidiano criativo: deixar-se conduzir pelo Espírito. A arte da conversação: conversas espirituais. Viver nas “fronteiras”: ir onde a Igreja nos envia

Espiritualidade Inaciana

Só Tu me atrais…

Jesus, meu Deus, meu Redentor, meu amigo, meu íntimo amigo, meu coração, meu amor: aqui estou para te dizer, do mais profundo do meu coração e com a maior sinceridade e afeto de que sou capaz: não há nada no mundo que me atraia, senão só Tu, meu Jesus. Não quero as coisas do mundo. Não quero consolar-me com as criaturas. Só quero esvaziar-me de tudo e de mim mesmo, para amar-te só a Ti. Para Ti, Senhor, todo o meu coração, todo meu carinho, todos meus afetos, todas suas delicadezas. Ó Senhor, não me canso de repetir: nada quero, senão teu amor e tua confiança. Eu te prometo, Senhor, te juro: escutarei sempre tuas inspirações, viverei tua mesma vida. Fala-me mui freqüentemente, no fundo da minha alma e exige-me muito. Eu te juro, por teu coração,fazer sempre o que Tu desejas,por mínimo ou custoso que for.Como serei capaz de te negar alguma coisa, se o único consolo de meu coração é esperar que saia uma palavra de tua boca, para poder fazer tua vontade? Senhor, olha minha miséria, minha fraqueza. que Tu desejes de mim! Mata-me antes de que eu te negue alguma coisa Senhor, por tua Mãe! Senhor, pelas almas! Concede-me essa graça...

(Oração pessoal do Pe. Pedro Arrupe, superior geral da Companhia de Jesus, 1965-1983)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O que trazemos no coração

A Quarta-Feira de Cinzas, abrindo o tempo da Quaresma, convidanos à revisão de vida e à vonversão, como preparação à Páscoa do Senhor. E a conversão se identifica, na prática, com ações de justiça.
Para o povo da Bíblia, as três principais obras de justiça eram a esmola, a oração e o jejum. Mas o ensinamento de Jesus chama a atenção para a hipocresia que pode se esconder nas práticas de piedade.
A hipocresia é a máscara que esconde, nas práticas religiosas, alguém preocupado somente em aparecer. Preocupado não com a busca da justiça, mas com a busca da própria vaidade. E então as palavras de Jesus, como sempre, iluminam nosso caminho, fazendo-nos pensar sobre o que trazemos no coração.
Dar esmola, mais que dar uns trocados aos necessitados para aliviar a consciência, é solidarizar-se com os que não têm condições de vida digna. Quando nos solidarizamos, realizando ações concretas em favor dos sofredores, mostramos a Deus que nossa esmolaé, de fato, expressão de um coração solidário.
A oração ensinada por Jesus só tem sentido se feita com humildade diante de Deus e dos outros. Rezar é confiar em Deus, que nos atende quando rezamos no nome de Jesus, quando pedimos coisas boas – como o dom do Espírito Santo, o perdão e o bem dos outros. Assim mostramos a Deus que nossa oração é expressão de um coração confiante.
O jejum, privação do alimento, traz consigo a denúncia profética de um mundo injusto, em que uns se deliciam com pratos caríssimos enquantos muitos morrem de fome. Quando nos preocupamos com os outros e conseguimos nos privar de algo por ele, mostramos a Deus que nosso jejum é expressão de um coração generoso.
O que conta é o que trazemos no coração. E Deus bem conhece nosso íntimo. Quem lhe entrega o coração e as boas ações em favor dos irmãos terá recompensa. Os que trombeteiam suas ditas boas ações aos quatro cantos serão conhecidos, mas talvez, em vez de Deus, encontrem somente o próprio orgulho.

Pe. Paulo Bazaglia, ssp