Este foi o tema da Manhã de
Espiritualidade no CIES, dia 01 de dezembro, quando Pe. Eliomar Ribeiro,SJ
convidou os participantes à reflexão e oração, com o objetivo de preparar-se
para o Natal do Senhor. Assim, iniciou ressaltando que a questão do Advento, na
história de Israel é vista de uma maneira, com a vinda de Cristo é de outra e,
depois de Cristo, nós temos uma nova visão.
Para o povo de Israel, é um tempo de
preparação e o profeta Isaías é figura de importância nesta preparação. Dois
lugares também são importantes nesta época: o Templo de Sião e o Templo de
Jerusalém. Lembremos que a MONTANHA é o lugar do encontro com o Senhor, por
isso também os budistas construíram seus templos nas montanhas. Logo, ADVENTO é
tempo de preparação para o encontro com o Senhor, dia em que um deus visitava o
seu povo, como no RAMADÃ(local de encontro) cuja proposta é, também, visitar o
templo em Meca. Nós, católicos também visitamos Jerusalém.
Em Israel, esse Deus que visita também
vem salvar. Daí surge a Teologia do Advento, uma preparação para a chegada do
Messias, momento da religião e da política, pois Deus vem libertar, salvar seu
povo. No Antigo Testamento, vemos Deus que faz aliança com nossos pais. Em
Isaías 35; 40,1-11, encontramos: 1º o encontro momentâneo, no dia marcado; 2º o
encontro para acolher o Messias; 3º já o Cristo tendo nascido, Ele provoca a
expectativa de que o Reino aconteça.
Os discípulos de Emaús foram conversando
sobre os acontecimentos em Jerusalém e achavam que a vinda de Jesus tinha sido
um grande fracasso. Mas se dá o contrário: Jesus reúne de novo o resto do povo
de Israel. Jesus veio de uma maneira frágil. Devemos contemplar a criança
frágil, nascida em Belém, numa família pobre, que faz a SALVAÇÃO acontecer.
Jesus já veio, nos salvou para que, vivendo a vida de cristão, nos preparemos
para estar com Ele para sempre (será a segunda vinda).
A primeira vinda de Jesus é única e foi
definitiva. A primeira preparação foi de um dia: Israel; a segunda foi a
preparação para a expectativa messiânica; a terceira é a preparação do Reinado
pleno de Deus. Mateus, decepcionado, cria a linguagem do fim do mundo, onde Deus
vem para separar os bons e os maus. Lembrar que os Evangelhos não são relatos
históricos, e sim, relatos de FÉ, para nos ajudar a entender; quando se
escreve, geralmente escreve-se a própria experiência. Lucas e Mateus contam a
infância de Jesus, é uma bela montagem catequética para mostrar que Deus não
caiu do Céu e apresentam a resposta para a pergunta: “Quem é Ele? De onde é que
vem?” João apresenta Jesus de duas maneiras: 1) através dos sinais; 2) no
Evangelho da Glória. Glória é o brilho, o ressuscitado.
Com isso, vemos a necessidade de rezar;
assim, tiramos as “capas” que recebemos na Catequese, na escola. Quanto mais
roupa tiramos de cima de nós, mais estaremos abertos e mais preparados para
receber Jesus. Para entender o Messias, temos de tirar todas as capas: da
catequese, do medo, etc. O que nos aproxima de Jesus é o AMOR e não o medo.
Temos de abrir a inteligência da Fé. O momento do Advento vem marcado de três
partes: 1) a expectativa do momento; 2) a expectativa da chegada; 3) depois da
experiência do Natal, contemplamos a fragilidade humana na realidade da
presença de Deus. Não devemos esquecer que a celebração do Natal não é feita de
criança para criança.
No Advento, contemplamos o momento da
vida, morte, ressurreição e ação do Espírito Santo. Toda celebração da Igreja
vem acompanhada desses quatro momentos. Ao celebrar o Natal, celebramos o
MISTÉRIO, que é a nossa capacidade de acolher, acreditar na vida, paixão, morte
e ressurreição. Advento é busca, é êxodo, saída de nós mesmos, sair das nossas
comunidades. Esta é a espiritualidade que nos auxilia. Em Isaías 35,
encontramos o retrato da vida do povo de Israel. João Batista, no final, coloca
um machado, uma foice; Mateus coloca o Juízo Final e, no meio do rebanho,
separa as ovelhas e os cabritos. Os Evangelhos são realidades do Antigo
Testamento marcadas com a vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus. A beleza
do Novo Testamento está nas Cartas de Paulo. O Apocalipse é a profecia de
Daniel com uma linguagem aterrorizadora, é a imagem do povo que está vivendo
para a celebração celestial.
Para
Oração Pessoal, nesta manhã, foi sugerido rezar Is 35 e Is 40,1-11, procurando
ver:
1)
Como
é que Deus aconteceu na minha vida?
2)
Como
é a realidade de Cristo em minha vida? Como aconteceu?
3)
Como
é que vivo este relacionamento com o Mistério?
Quando
vamos viajar, quando nos mudamos, limpamos, arrumamos nossas coisas, doamos,
nos desfazemos de muitas coisas. Também no Advento devemos preparar nossa vida,
o nosso coração. Se for mudar para o Céu, o que levarei? Quando a gente é capaz
de viver com menos coisas, a gente é MAIS! Quando somos menos tristes, somos
mais alegres; quando menos doentes, teremos mais saúde; menos carrancudos,
mais alegria teremos... Vamos nos preparar vivendo o Mistério do Advento. (colaboração
de Regina Pitta)
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