sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Deus vem visitar o seu povo...

Este foi o tema da Manhã de Espiritualidade no CIES, dia 01 de dezembro, quando Pe. Eliomar Ribeiro,SJ convidou os participantes à reflexão e oração, com o objetivo de preparar-se para o Natal do Senhor. Assim, iniciou ressaltando que a questão do Advento, na história de Israel é vista de uma maneira, com a vinda de Cristo é de outra e, depois de Cristo, nós temos uma nova visão.
Para o povo de Israel, é um tempo de preparação e o profeta Isaías é figura de importância nesta preparação. Dois lugares também são importantes nesta época: o Templo de Sião e o Templo de Jerusalém. Lembremos que a MONTANHA é o lugar do encontro com o Senhor, por isso também os budistas construíram seus templos nas montanhas. Logo, ADVENTO é tempo de preparação para o encontro com o Senhor, dia em que um deus visitava o seu povo, como no RAMADÃ(local de encontro) cuja proposta é, também, visitar o templo em Meca. Nós, católicos também visitamos Jerusalém.

Em Israel, esse Deus que visita também vem salvar. Daí surge a Teologia do Advento, uma preparação para a chegada do Messias, momento da religião e da política, pois Deus vem libertar, salvar seu povo. No Antigo Testamento, vemos Deus que faz aliança com nossos pais. Em Isaías 35; 40,1-11, encontramos: 1º o encontro momentâneo, no dia marcado; 2º o encontro para acolher o Messias; 3º já o Cristo tendo nascido, Ele provoca a expectativa de que o Reino aconteça.
Os discípulos de Emaús foram conversando sobre os acontecimentos em Jerusalém e achavam que a vinda de Jesus tinha sido um grande fracasso. Mas se dá o contrário: Jesus reúne de novo o resto do povo de Israel. Jesus veio de uma maneira frágil. Devemos contemplar a criança frágil, nascida em Belém, numa família pobre, que faz a SALVAÇÃO acontecer. Jesus já veio, nos salvou para que, vivendo a vida de cristão, nos preparemos para estar com Ele para sempre (será a segunda vinda).
A primeira vinda de Jesus é única e foi definitiva. A primeira preparação foi de um dia: Israel; a segunda foi a preparação para a expectativa messiânica; a terceira é a preparação do Reinado pleno de Deus. Mateus, decepcionado, cria a linguagem do fim do mundo, onde Deus vem para separar os bons e os maus. Lembrar que os Evangelhos não são relatos históricos, e sim, relatos de FÉ, para nos ajudar a entender; quando se escreve, geralmente escreve-se a própria experiência. Lucas e Mateus contam a infância de Jesus, é uma bela montagem catequética para mostrar que Deus não caiu do Céu e apresentam a resposta para a pergunta: “Quem é Ele? De onde é que vem?” João apresenta Jesus de duas maneiras: 1) através dos sinais; 2) no Evangelho da Glória. Glória é o brilho, o ressuscitado.
Com isso, vemos a necessidade de rezar; assim, tiramos as “capas” que recebemos na Catequese, na escola. Quanto mais roupa tiramos de cima de nós, mais estaremos abertos e mais preparados para receber Jesus. Para entender o Messias, temos de tirar todas as capas: da catequese, do medo, etc. O que nos aproxima de Jesus é o AMOR e não o medo. Temos de abrir a inteligência da Fé. O momento do Advento vem marcado de três partes: 1) a expectativa do momento; 2) a expectativa da chegada; 3) depois da experiência do Natal, contemplamos a fragilidade humana na realidade da presença de Deus. Não devemos esquecer que a celebração do Natal não é feita de criança para criança.
No Advento, contemplamos o momento da vida, morte, ressurreição e ação do Espírito Santo. Toda celebração da Igreja vem acompanhada desses quatro momentos. Ao celebrar o Natal, celebramos o MISTÉRIO, que é a nossa capacidade de acolher, acreditar na vida, paixão, morte e ressurreição. Advento é busca, é êxodo, saída de nós mesmos, sair das nossas comunidades. Esta é a espiritualidade que nos auxilia. Em Isaías 35, encontramos o retrato da vida do povo de Israel. João Batista, no final, coloca um machado, uma foice; Mateus coloca o Juízo Final e, no meio do rebanho, separa as ovelhas e os cabritos. Os Evangelhos são realidades do Antigo Testamento marcadas com a vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus. A beleza do Novo Testamento está nas Cartas de Paulo. O Apocalipse é a profecia de Daniel com uma linguagem aterrorizadora, é a imagem do povo que está vivendo para a celebração celestial.
Para Oração Pessoal, nesta manhã, foi sugerido rezar Is 35 e Is 40,1-11, procurando ver:
1)       Como é que Deus aconteceu na minha vida?
2)       Como é a realidade de Cristo em minha vida? Como aconteceu?
3)       Como é que vivo este relacionamento com o Mistério?


Quando vamos viajar, quando nos mudamos, limpamos, arrumamos nossas coisas, doamos, nos desfazemos de muitas coisas. Também no Advento devemos preparar nossa vida, o nosso coração. Se for mudar para o Céu, o que levarei? Quando a gente é capaz de viver com menos coisas, a gente é MAIS! Quando somos menos tristes, somos mais alegres; quando menos doentes, teremos mais saúde; menos carrancudos, mais alegria teremos... Vamos nos preparar vivendo o Mistério do Advento. (colaboração de Regina Pitta)

Nenhum comentário:

Postar um comentário