Com o tema “Preparando
a Páscoa do Senhor e nossa “Páscoa”, o Pe. Anchieta, SJ orientou a reflexão no
dia 17 de março, situando-nos na experiência original da “páscoa” do povo
hebreu – povo escravo, sofredor, massacrado – que busca Deus, mas que, também, é
um povo buscado por Deus. Lembrou-nos que é um Deus que está vendo a realidade
sofrida deste povo. Destacou que Deus não age de maneira mágica, Ele atua na
vida humana através de mediações, age
mediante alguém, mediante alguma coisa. Nós vemos Deus por suas mediações e, só através de Jesus, chegamos a Deus: Quem me vê, vê o Pai. Foi assim, também,
no Egito, quando Deus vai agir através de Moisés. Daí a importância de
resgatar, hoje, a experiência da páscoa na vida e na história do povo hebreu.
Acrescentou Pe.
Anchieta: “Deus escolheu Moisés para realizar o processo contínuo de
libertação, que vem até a nossa história pessoal, pois também nós estamos
passando por um processo libertador, que se chama PÁSCOA. Páscoa, então, é o processo
contínuo de libertação da pessoa humana, supõe perdas e ganhos, é libertação de... para...; para eu me realizar, me
humanizar, crescer e me tornar o que o Criador quer de mim”. Este acontecimento
foi celebrado anualmente, na história do povo de Deus, como vemos no capítulo 3
do livro de Êxodo: Deus vê, ouve, desce,
participa da vida do povo. Trata-se de algo que aconteceu e era celebrado.
O Tríduo Pascal é o
ápice e o centro do Ano Litúrgico; começa na Quinta-feira Santa e termina com o
Ofício no Domingo de Páscoa. Com a renovação da Igreja, proposta pelo Concílio
Vaticano II, as Novas Diretrizes buscam resgatar o sentido unitário deste
Tríduo, que não é, apenas, tempo de preparação, mas é a própria celebração da
Páscoa do Senhor. O Mistério Pascal é um fato histórico, é Jesus que se
entrega, se doa, ao longo da sua história. É a celebração da
VIDA-ENTREGA-PAIXÃO-MORTE-RESSURREIÇÃO de Cristo! O Mistério Pascal é uma
totalidade, são momentos entrelaçados que nos ajudam a nos conceber como uma
unidade; cada um de nós é único e indivisível, e a espiritualidade acontece ao
longo da nossa vida.
Tomando um enfoque mais
bíblico, em sintonia com o Novo Testamento, aproxima-se mais daquilo que Jesus
anunciou (Mt 20,17-28). E, já na Patrística, vemos Santo Ambrósio e Santo Agostinho
afirmando que o Tríduo Pascal é um todo que inclui o sofrimento de Jesus e a sua glorificação.
Na celebração do Tríduo Pascal, recuperamos a unidade do Mistério Pascal, que é
uma única celebração, onde cada um dos quadros ilustra uma parte da cena e cada
um deve ser visto em relação com os outros, ou seja, vejo a paixão, sem
esquecer da vida e da ressurreição.
Ratificou Pe. Anchieta:
“Nós queremos resgatar esta unidade do Mistério Pascal: a dor, não só é seguida
pelo gozo, mas já o contém em si mesma, na dor está presente o alívio. Não se
trata de negar a dor, mas a dor não é a última palavra na vida do cristão”
(Jo16,20). Para ajudar a assimilar esta compreensão, lembrou que temos: a
metáfora da mulher em dores de parto; a natureza fala da vida que brota (Jo 12,24);
o processo de crescimento pessoal (Mt 6,17); o jejum é o começo da festa; a
passagem da morte para a vida”. E complementou: “Na experiência cristã, o
sofrimento não é bom em si, porém a atitude cristã é realista e positiva: na
cruz, vemos o valor redentor; vemos, nela, a glória da ressurreição. Fugir da
dor a todo custo é antievangélico”.
E concluiu: rezando a
dinâmica do Mistério Pascal, vemos que tudo é PÁSCOA: Páscoa da Ceia do Senhor;
Páscoa da Paixão e Cruz do Senhor; Páscoa da Ressurreição do Senhor. Temos, na Quinta-feira:
o memorial da última Ceia de Jesus, a entrega da vida por amor, a instauração
da Nova Aliança no sangue derramado na cruz. Propôs os textos para a oração
pessoal (Ex 12,1-14; 1 Cor 11,23-26; Jo 13,1-15) e, depois, uma partilha em
duplas, lembrando que: 1) Deus age por mediações e nós somos mediação de Deus
para as outras pessoas; 2) rezamos os textos bíblicos, porque a Palavra é
mediação de Deus.
Concluímos esta rica
Manhã de Espiritualidade com a Celebração Eucarística. (Marize Pitta)
Olá,
ResponderExcluirÉ tão bom ver gente conhecida orando e nos fortificando daqui de longe!!
Bjs fraternos de paz e bem