segunda-feira, 18 de março de 2013

Manhã de Oração e Espiritualidade


Com o tema “Preparando a Páscoa do Senhor e nossa “Páscoa”, o Pe. Anchieta, SJ orientou a reflexão no dia 17 de março, situando-nos na experiência original da “páscoa” do povo hebreu – povo escravo, sofredor, massacrado – que busca Deus, mas que, também, é um povo buscado por Deus. Lembrou-nos que é um Deus que está vendo a realidade sofrida deste povo. Destacou que Deus não age de maneira mágica, Ele atua na vida humana através de mediações, age mediante alguém, mediante alguma coisa. Nós vemos Deus por suas mediações e, só através de Jesus, chegamos a Deus: Quem me vê, vê o Pai. Foi assim, também, no Egito, quando Deus vai agir através de Moisés. Daí a importância de resgatar, hoje, a experiência da páscoa na vida e na história do povo hebreu.

Acrescentou Pe. Anchieta: “Deus escolheu Moisés para realizar o processo contínuo de libertação, que vem até a nossa história pessoal, pois também nós estamos passando por um processo libertador, que se chama PÁSCOA. Páscoa, então, é o processo contínuo de libertação da pessoa humana, supõe perdas e ganhos, é libertação de... para...; para eu me realizar, me humanizar, crescer e me tornar o que o Criador quer de mim”. Este acontecimento foi celebrado anualmente, na história do povo de Deus, como vemos no capítulo 3 do livro de Êxodo: Deus vê, ouve, desce, participa da vida do povo. Trata-se de algo que aconteceu e era celebrado.
O Tríduo Pascal é o ápice e o centro do Ano Litúrgico; começa na Quinta-feira Santa e termina com o Ofício no Domingo de Páscoa. Com a renovação da Igreja, proposta pelo Concílio Vaticano II, as Novas Diretrizes buscam resgatar o sentido unitário deste Tríduo, que não é, apenas, tempo de preparação, mas é a própria celebração da Páscoa do Senhor. O Mistério Pascal é um fato histórico, é Jesus que se entrega, se doa, ao longo da sua história. É a celebração da VIDA-ENTREGA-PAIXÃO-MORTE-RESSURREIÇÃO de Cristo! O Mistério Pascal é uma totalidade, são momentos entrelaçados que nos ajudam a nos conceber como uma unidade; cada um de nós é único e indivisível, e a espiritualidade acontece ao longo da nossa vida.
Tomando um enfoque mais bíblico, em sintonia com o Novo Testamento, aproxima-se mais daquilo que Jesus anunciou (Mt 20,17-28). E, já na Patrística, vemos Santo Ambrósio e Santo Agostinho afirmando que o Tríduo Pascal é um todo que inclui o sofrimento de Jesus e a sua glorificação. Na celebração do Tríduo Pascal, recuperamos a unidade do Mistério Pascal, que é uma única celebração, onde cada um dos quadros ilustra uma parte da cena e cada um deve ser visto em relação com os outros, ou seja, vejo a paixão, sem esquecer da vida e da ressurreição.
Ratificou Pe. Anchieta: “Nós queremos resgatar esta unidade do Mistério Pascal: a dor, não só é seguida pelo gozo, mas já o contém em si mesma, na dor está presente o alívio. Não se trata de negar a dor, mas a dor não é a última palavra na vida do cristão” (Jo16,20). Para ajudar a assimilar esta compreensão, lembrou que temos: a metáfora da mulher em dores de parto; a natureza fala da vida que brota (Jo 12,24); o processo de crescimento pessoal (Mt 6,17); o jejum é o começo da festa; a passagem da morte para a vida”. E complementou: “Na experiência cristã, o sofrimento não é bom em si, porém a atitude cristã é realista e positiva: na cruz, vemos o valor redentor; vemos, nela, a glória da ressurreição. Fugir da dor a todo custo é antievangélico”.
E concluiu: rezando a dinâmica do Mistério Pascal, vemos que tudo é PÁSCOA: Páscoa da Ceia do Senhor; Páscoa da Paixão e Cruz do Senhor; Páscoa da Ressurreição do Senhor. Temos, na Quinta-feira: o memorial da última Ceia de Jesus, a entrega da vida por amor, a instauração da Nova Aliança no sangue derramado na cruz. Propôs os textos para a oração pessoal (Ex 12,1-14; 1 Cor 11,23-26; Jo 13,1-15) e, depois, uma partilha em duplas, lembrando que: 1) Deus age por mediações e nós somos mediação de Deus para as outras pessoas; 2) rezamos os textos bíblicos, porque a Palavra é mediação de Deus.
Concluímos esta rica Manhã de Espiritualidade com a Celebração Eucarística. (Marize Pitta)

Um comentário:

  1. Olá,
    É tão bom ver gente conhecida orando e nos fortificando daqui de longe!!
    Bjs fraternos de paz e bem

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