15 de março foi o dia da visita canônica do Provincial ao CIES. Com sua presença alegre, Padre Miguel Martins sempre nos deixa felizes ao dizer: “Celebrar com vocês é muito bom”. Em sua homilia, as expressões: fechamento do coração, a surdez do homem, a queixa de Deus, a falta de fé, a preocupação de Jesus que cura, liberta e devolve a dignidade humana foram usadas para mostrar o quanto é importante estar em sintonia com a Palavra de Deus, o quanto é importante colocar em prática a Palavra, porque Deus está presente quando há harmonia, quando há união, porque Deus é Amor (1Jo 4,16), enquanto o diabo, do latim diabolus, e do grego διάβολος, é “aquele que divide”. Por isso, “Não fecheis os vossos corações” como em Meriba, como em Massa, no deserto [...] apesar de terem visto as minhas obras” diz o Senhor no Salmo 94.
Exortou-nos Pe. Miguel: devemos ouvir o apelo de Deus, que nos envia seus servos e profetas, todos os dias, começando bem cedo (Jr7,25), pois somente através da abertura do coração daremos atenção à Palavra, ou seja, deixaremos de ser surdos. E prosseguiu: a “queixa” de Deus, narrada pelo profeta Jeremias, mostra que o homem não o ouviu, não prestou atenção à sua Palavra, nem aceitou a correção. Sua fé morreu, foi arrancada de sua boca (Jr 7, 28). Nos tempos atuais, acontece o mesmo, o homem moderno tem dificuldade de obedecer às ordens, tem dificuldade de ouvir a Palavra, de obedecer a Deus, tem dificuldade de abrir o coração. Também Moisés usou a expressão: “povo de dura cerviz” (Ex 33,5) para mostrar sua angústia acerca da dificuldade que o povo tem de ouvir e obedecer a Deus.
E constatou: o mundo não mudou; também hoje, o homem não ouve a Palavra, ele pensa que pode domesticar Deus, seu desejo é explicar “O que é Deus”. No Evangelho, Lucas nos apresenta aquele que é o Modelo, aquele que É. Jesus é obediente à Lei de Deus. O sentido da vida só acontece quando nós conseguimos transcender o nosso próprio egoísmo. Os doutores da Lei tinham medo de perder o controle, sentiam-se ameaçados pela autoridade de Jesus. Aquele que vive triste, amargurado, raivoso, não tem a presença de Deus, por isso o homem começa a falar quando Jesus expulsa o demônio. Jesus liberta-o, devolve sua dignidade (Lc11,14). Por isso é importante reconhecer as qualidades do outro, pois, reconhecer que o outro é melhor que eu não nos diminui, mas ajuda em nosso crescimento. Padre Miguel se emocionou ao pronunciar, compassadamente, as seguintes palavras da Oração Eucarística: [...] Jesus, abraçando LIVREMENTE a Paixão [...] e, no final da celebração, rezando conosco a oração ALMA DE CRISTO.
Após o cafezinho, dirigimo-nos ao salão Santo Inácio e Pe. Miguel falou-nos sobre o processo de unificação das províncias e sobre o MAGIS, que irá acontecer nos dias 12 a14 de julho de 2013, em preparação à Jornada Mundial da Juventude, lembrando-nos a importância de ficar atento às diretrizes, porque se trata de um evento muito rico para a Companhia e para o Brasil, para o qual virá, inclusive, o Pe. Geral, Adolfo Nicolás. Quanto à unificação das Províncias, recordou que foi uma solicitação do Pe. Geral, para repensar a estruturação da missão da Companhia no Brasil, face à diversidade e aos desafios da época contemporânea. Explicou-nos o que está sendo feito, como está sendo feito, reafirmando que o diferencial da Companhia sempre foi aceitar desafios nas fronteiras, atendendo ao que é mais urgente. E deixou-nos questionamentos: no lugar onde estamos, qual é o diferencial? Somos essenciais neste lugar? Servimos com “grande ânimo e generosidade”? (Cesarina Marques)
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