Com uma dinâmica inicial que nos colocava face aos símbolos da Luz e do Crucificado, Ir. Marcos Epifânio levou-nos a perceber a nossa vocação, considerando o lugar em que nos encontramos e a nossa vontade de estar mais próximos de Jesus, a fim de concretizar o SIM que demos ao chamado para ser colaboradores na missão e fazer acontecer o reinado de Deus. E propôs alguns questionamentos: 1) O lugar onde estou reflete a minha relação com Jesus? Desejo me aproximar mais do Crucificado? 2) Onde fico nesta relação? 3) Onde Deus me quer?
Lembrou-nos que o Pai pede a mesma coisa para todos, é a vocação à vida e provocou: o que eu estava fazendo quando não fazia a vontade do Pai? Há o desejo e, também, a liberdade: quando não estou fazendo a vontade do Pai, o que estou fazendo? Recordando a “Parábola dos Dois Filhos” (Mt 21, 28-32), lançou-nos a pergunta: Qual dos dois fez a vontade do Pai?
A seguir, apresentou-nos o texto para o primeiro momento de oração (Lc 9,49-56) orientando que poderíamos buscar nos aproximar dos personagens e verificar: com qual me identifico mais? De qual me afasto? E ressaltou que vamos encontrar Jesus dizendo NÃO em duas situações: quando alguém tem uma atitude boa - de expulsar os demônios - e os discípulos proibem, mas Jesus diz: “Não o impeçais. Quem não está contra vós está a vosso favor”. Aqui, Jesus amplia para que todos possam fazer boas ações e leva-nos a indagar: que força arrasta as pessoas a agir por Cristo? Então, olhemos a vocação do outro, que é tão forte quanto a nossa, lembrando que Deus chama todos para trabalhar na vinha, embora fazendo coisas diferentes.
E ressaltou que, no segundo momento, face à não acolhida, os discípulos propõem uma reação e Jesus, novamente, diz NÃO, repreende-os e chama-os à conversão. Isto nos ajuda a sair para a oração com o propósito de rezar os NÃOS que recebemos e serviram para corrigir o curso da nossa vocação, lembrando que o melhor amigo também sabe dizer NÃO. Confiados no SIM, acolhemos com o olhar de Deus as negações, pois Jesus, às vezes, diz muito NÃO a quem está próximo, para corrigir, para alertar, chamar atenção, porque agimos como os discípulos nesta passagem, que pensavam que o Projeto de Deus era só para eles, mas, como afirma João Paulo II “Há sementes do Verbo de Deus em todas as culturas.”
No segundo tempo de oração, prosseguimos com o texto (Lc 9,57-62), tendo em vista perceber como é a nossa proximidade de Jesus e confrontar com os exemplos vocacionais apresentados por Lucas, que mostram o jeito pessoal de aproximação, pois o SIM e o Não vão nos modelando e modelando nossa vocação. Ir. Epifânio fez uma relação com o texto de Jr 18,1-8, lembrando, também, que carregamos o tesouro em vaso de barro e afirmou: a vocação não acontece só com a graça, tem, também, a nossa vontade, por isso convém perguntar, ao modo inaciano: como está a nossa disposição? No primeiro modelo de vocação, vemos a entrega total; no segundo modelo, Jesus chama: “Segue-me”. É um imperativo, um mandamento, mas aparecem os condicionamentos, por isso, em alguns momentos eu digo “eu vou”e, em outros contextos, Jesus precisa dizer: “Segue-me.” Existe, também, a dimensão da liberdade e, muitas vezes, optamos por Jesus, mas nos apegamos às nossas amarras, porém, podemos levar Jesus conosco.
Concluímos esta Manhã de Oração e Espiritualidade com a celebração Eucarística presidida por Pe. Eliomar Ribeiro, SJ, Diretor do CIES.
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