Aprofundamento nos EE

 (Outubro/2010)
DIA 21
A proposta do Pe. Pedro Maione, nesta segunda etapa de aprofundamento, foi para tomarmos O Exercício do Reino (EE 91) e os mistérios da vida de Jesus.
Assim, iniciou, na quinta-feira, refletindo sobre o contexto da época de Inácio, quando o rei era considerado uma autoridade provinda de Deus. E Santo Inácio, neste Exercício, quer saber se temos grandes desejos. Hoje, as pessoas nos decepcionam muito, já não têm grandes desejos, e sim, interesses pessoais; por isso, o Pe. Pedro refletiu que às vezes indaga se hoje vale a pena dar esta primeira parte da Parábola, quando devemos nos perguntar: O Senhor ainda me entusiasma? Temos, ainda, possibilidade de grandes desejos ou somos acomodados? Este EE deve despertar grandes desejos porque somos chamados à santidade. O EE 91 deve despertar o entusiasmo de seguir o Senhor.
A família também está em crise, a vida religiosa também, não nos queremos bem, a gente “se aguenta”. Os EE de 30 Dias, sobretudo, devem fazer sentir que não se pode permanecer na mediocridade, porque o Senhor nos chamou. E, como eu estou respondendo ao chamado do Senhor? Apresentar este EE para despertar o entusiasmo pelo seguimento do Senhor.
Pe. Pedro, comentando sobre oração, partilhou que ele prefere “orar” a “rezar” e gosta de começar com a oração de contemplativa, ressaltando que a vida moderna está muito agitada (Cf. Marta e Maria), por isso é importante compreender e sentir o que é a contemplação, pois, para enamorar-se do Senhor, a oração precisa ser cada vez mais despojada. A nossa caminhada é para nos “tuificarmos” pelo Senhor, porque, muitas vezes, nossa oração é artificial e fria.
É preciso promover uma mudança através dos EE, pois, como posso me entusiasmar por um Senhor que não me atrai? Como posso sentir o chamamento desse Rei? Faz-se necessária uma preparação, porque devemos ajudar a tornar os exercitantes pessoas orantes. Os apóstolos, todos, deram a vida para seguir este Rei que chama. Devemos acender um fogo nas pessoas. Deveríamos nos sentir encantados, porque Ele nos ama e nos chama. Nós amamos Nosso Senhor, mas não estamos enamorados.
O EE 97: quem aceita dizer isso? Não é querer sofrer por masoquismo, mas é querer estar na cruz com Ele. Não amamos a dor, e temos o dever de cuidar da vida que nos foi dada. Só podemos compreender este EE do Chamamento do Rei se perdermos a nossa mediocridade. Para isso, ajuda ler a vida dos santos e das santas: loucos, enamorados; os estigmas são sinais de amor, de enamoramento. Devemos perder a falsa paz, que é uma acomodação, porque não fomos chamados para ser bons, fomos chamados para ser santos/as. Quem tem coragem de fazer a oblação EE 97? Este EE coloca a gente em crise, porque não fomos feitos para isso, só a graça de Deus pode.
Jo 15, 4-9: O pai ama o Filho pelo Espírito Santo. Assim como o Pai me ama, eu amo o Filho, que ama o Pai. É o Senhor que me pede isso e nós deveríamos dizer: quem? Eu?
A santidade faz uma transformação. Pensar: por que eu não posso caminhar, também, para a santidade, se a santidade é um chamamento para todos? Devemos rezar uns pelos outros pedindo esta graça, porque sem mim nada podeis fazer.

Dia 22
Depois de tecer algumas considerações sobre a temperatura em Salvador e Teresina, Padre Pedro iniciou o aprofundamento com o EE 91, ressaltando como este exercício é importante, é um EE que desafia, por isso temos de pedir a Nosso Senhor a graça de não ser surdo ao seu chamamento, mas pronto e diligente. Em sua opinião o maior pecado nos dias atuais é o pecado da omissão. “Hoje colocamos cera espiritual nos ouvidos” para não ouvir; se não ouve, não há culpa. Por isso, nós devemos pedir para não ser surdos “sempre”. Ao citar a Sagrada Escritura, Jo 8, 28 -29, ressaltou que este é o ponto central. Fazer de vez em quando, todos fazem, o problema é que estamos sempre querendo tirar férias do Senhor. Por isso, pedir para não ser surdo e fazer sempre a Sua vontade é o GRANDE DESAFIO. Então, Pe. Pedro diz: “Precisamos dessa mulher fantástica que é Nossa Senhora para pedirmos a Graça’.
O perigo de fazer muitos retiros é o de fazer uma coleção de retiros, não é o retiro que deve me desarmar, me desarticular, me jogar no chão como a São Paulo no caminho de Damasco. Ele diz que não acredita em projetos de vida, em propósitos. Então, dá um conselho a todos: Até os 65 anos as pessoas podem ficar com os seus cadernos de “propósitos”, após os 70 anos, deve queimá-los a cada seis meses, e quando tiver 80 anos, não se deve escrever e, se o fizer, queime-os a cada dia. Porque os cadernos são santos... Isso porque todas as pessoas escrevem poesias, mas facilmente se sai da poesia para a prosa. São feitos muitos propósitos, muita poesia, mas não se muda nada. Sem perceber, as pessoas dificultam sua conversão. Devemos nos inquietar e, se a certo ponto sentirmos uma inquietação, então aquele momento Nosso Senhor...
            Sobre a vida dos santos, ele gostaria de dizer que sente muito porque a gente não muda, somos superficiais, de fato, sem querer, sem perceber, impedimos a nossa conversão. Nós queremos continuar com nossas coisas, nossos projetos... É por isso Nosso Senhor em Jo 1,35 quando se dirigia aos discípulos que lhe perguntavam: “Onde moras?”, Lhes dizia: “VINDE E VEREIS”. E não como as traduções colocam. Isso significa dizer que eles deveriam deixar tudo, se deslocar, deixar a maneira de pensar, de ser, de agir, tudo, tudo, tudo... e segui-lo. VINDE E VEREIS. O original está no futuro, só se abandonarem tudo.
            Este deslocamento é o que irá fazer com que todos possam “VER” realmente. Só se abandonarem tudo é que conseguirão. Mas todos sabem que abandonar não é fácil. Se alguém disser que abandonar é fácil, está mentindo. Somente se a pessoa estiver enamorada fará tudo pelo outro. Só com a graça. Só enamorados, porque uma vez enamorados tudo é possível. O enamoramento é que transforma. Assim, no momento de orar, deve-se pedir a graça de não ser surdo à vontade d’Ele... E a Vontade d’Ele é: SE DESLOQUE! Esteja pronto e diligente...
O EE 97: “Os que quiserem mais AFEIÇOAR-SE e ASSINALAR-SE ao serviço do rei Eterno... mas também agindo contra... Atentar para a primeira oblação: “[...] faço minha oblação...”; outra oblação igual será encontrada na oração para contemplar o Amor.
Ou se aceita, ou começa-se a aceitar... ou não se faz retiro. Devemos nos preparar para o retiro, não se pode fazer retiro sem uma preparação séria, senão estamos nos enganado. Não mudamos. Nunca se faz mudança, não há conversão. No retiro, o chamamento deve estar sempre presente. Em cada mistério deve-se pedir: Senhor nos inquieta, não me deixe em paz. Por isso é preciso afeiçoar-se e se prontificar a servi-lo.
Se hoje em dia perguntar a alguma criança de quem é a festa do Natal, ela responderá: festa de Papai Noel. Este é o anticristo que está, pouco a pouco, substituindo a festa do menino Jesus. Falta só colocar na Igreja. O Natal é um mistério ligado ao Calvário, eles estão ligados. Por isso, São Francisco era tão ligado ao Crucificado. Ele era o santo do Crucificado. Esta criança nasceu para morrer de morte violenta. Belém e o Calvário são intimamente ligados. Se nós amássemos realmente este Nosso Senhor...
Só a mãe verdadeira sabe compreender este mistério, o que significa este mistério, até quando o filho não merece. A mãe é um pouco o reflexo do amor divino. Quem consegue vislumbrar este amor... Só a mãe ama com Deus nos ama. O filho é um pedaço da mãe. Deus, que é Amor, “Deus Caritas Est”.
O primeiro mistério da Encarnação nos leva ao chamamento do Rei. O chamamento do Rei é o Princípio e Fundamento das três Semanas seguintes, porque têm o principio e o fim no AMOR, o amor dado. Foi a SS Trindade que decretou a Encarnação, esse amor incompreensível para conosco. O autentico amor ama porque ama. A Igreja hoje não defende o criacionismo. A Teologia não deve interferir na ciência, nem a ciência na Teologia. Quem deve dizer como Deus criou é a ciência: Criacionismo ou Evolucionismo.
Adão e Eva –os primeiros humanos – a um certo ponto quebraram a ponte da aliança, quebraram a ponte da amizade com Deus. Deus não podia permitir que a humanidade, que ele amara e ama, se perdesse, por isso a Santíssima Trindade decretou a Encarnação com um amor trinitário. O Pai, o Filho e o Espírito Santo que nos amam infinitamente, com amor infinito e decretam a Encarnação da Segunda Pessoa da SS. Trindade. Por quê? Porque, quando acontece uma ofensa, a intensidade da ofensa se mede não pela pessoa que ofende, mas pela dignidade da pessoa ofendida. Entre o amor de Deus infinito e a humanidade pecadora existe uma distância infinita. Durante a história da humanidade, temos exemplo de mediadores. Por exemplo, no capítulo 18 do livro do Êxodo, a intermediação de Abraão por causa de seu sobrinho. Depois, no capitulo 30 do mesmo Livro, temos o lindo exemplo de Moisés: advogado daquele povo diante de Deus. E faz uma chantagem santa... E Deus perdoa, perdoa porque o ama. Somente no capitulo 53 de Isaías pode-se observar o anúncio do Servo Sofredor: ele pagará. Por que a intermediação? Sendo Verdadeiro homem e Verdadeiro Deus, pode reconstruir a PONTE DA AMIZADE. Ele é o mediador, é o reparador, mas paga em pessoa, com a própria vida. É por isso que este Menino nasceu para pagar em nosso lugar.
E Pe. Pedro descreve, ainda, a Aliança entre Iahweh e Abraão em Ex 15. E nós deveríamos ter morrido. mas Jesus morre em nosso lugar. E indicou três livros: “Um só corpo”, “Admiração Eucarística” e “Redescobrindo a Eucaristia” de CESARE GIRAUDO, SJ. São Paulo: Loyola, mencionando que GIRAUDO estudou vários idiomas e chegou perto das palavras exatas da Última Ceia.   A referência sobre a eucaristia “Isto é o meu corpo que está prestes a ser partido em vosso lugar. Este é o meu Sangue, sangue da eterna aliança, derramado em vosso lugar. Fazei isto em minha comemoração”. Corpo partido, despedaçado, sangue derramado em vosso lugar, Ele paga por nós, e é exatamente por este motivo que não podemos ficar surdos ao seu chamado.
EE101: Pedir conhecimento interno do Senhor que por mim se fez homem, para que eu mais o ame e o siga. Dá dois exemplos: de um grande santo polonês São Maximiliano Kolbe, que morreu num campo de concentração no lugar de um pai de família. E o segundo aconteceu em Bolonha: após um bombardeio, uma criança foi encontrada sob os escombros embaixo de uma mulher com a cabeça esmagada; então, a mulher diz que todas as vezes que passa em frente à foto da mãe, chora, porque ela deu a vida duas vezes, já que, na segunda vez, morreu em seu lugar. E pergunta: quantas vezes passamos em frente ao Crucifico e não sentimos nada? Ele morreu em nosso lugar. Pedir conhecimento interno  d’Aquele que morreu em meu lugar, para que eu mais o ame e siga-o.
A Maria que o toca, que o fere, que não o deixa tirar férias é esta Maria. Que se entrega totalmente e que continua entregando-se. Esta Maria que, adolescente de 16 anos, se declara escrava de Deus, escrava de Amor pelo tempo que Ele quiser. Ela que se entregou e nunca voltou atrás, sem fim...
Para sermos cristãos de verdade, deveríamos viver a escravidão de Maria. Por isso Maria é grande. Nós, com 16, poderíamos ser como Maria? E agora podemos ser como Maria? Ela se faz escrava, escrava do Senhor. E, se nós formos à carta aos Hebreus 10,5-7: nos dá exatamente os mesmos sentimentos ... “não quis sacrifícios e oferendas...” por isso digo: Eis-me aqui.
 A crise da sociedade está na Igreja, está na vida sacerdotal, na vida religiosa masculina e feminina e os escândalos são desculpas para não se viver realmente a vocação para a qual fomos chamados. É muito grave... mas prestem atenção: É preciso ser mães espirituais e irmãos espirituais ao sacerdócio. Oferecer tudo por uma vocação sacerdotal desconhecida.
EE109: Colóquio: para seguir e imitar...
O chamamento do Rei é isso: é uma oblação Àquele que já morreu em nosso lugar. Amor só com amor se paga. É preciso nos enamorarmos. Enamorados não traímos. Quem ama não fere, não trai, não ofende. Também este Amor é Graça. O Amor me amou e se entregou por mim... O segredo não está nos propósitos que são feitos, mas no Amor.


Dia 23
No fundo, no fundo, somos todos cristãos. Se não trabalharmos com os jovens hoje, no futuro, o que eles darão aos seus filhos?
Na Segunda Semana dos EE, os mistérios são para ser contemplados e não meditados, por isso deve-se fazer um esforço para entrar neste tipo de oração, assim nos tornaremos fascinados. No EE 104, pedir conhecimento interno, não cerebral.
Para compreender o Natal, precisamos chegar à origem da Humanidade, essa Humanidade que Deus criou, porque Ele não precisava de nós. Deus é comunidade, porque Deus é amor e quem ama sempre ama alguém. Tudo tem mediação, não poderíamos ter nascido de outra maneira. Precisamos sempre de alguém. Precisamos ter na base de tudo o amor, porque tudo é necessário. Os primeiros humanos foram egoístas.
A Trindade decreta a encarnação e nasce, em Belém de Judá, uma criança que vai morrer de morte violenta. A Trindade quer que a Segunda Pessoa assuma a nossa humanidade como reparação, isto é, morrendo em nosso lugar. Deus exagerou no amor, porque Deus não poderia morrer; então, a Segunda Pessoa assume a natureza humana para morrer por nós. Se o Crucificado não tivesse morrido por nós, nós acreditaríamos em Deus? Nós não aprofundamos o mistério da criança que nasce em Belém e morre na cruz, nasce para morrer de morte violenta por mim, deve pagar em meu lugar. O Papai Noel faz esquecer Jesus, mas eu sou responsável pela cruz.
No EE 114, encantar-se pelo Menino. A contemplação é difícil hoje, porque não temos tempo e não há silêncio externo e interno, vivemos a cultura do barulho. No EE 116, assimilar: ... e tudo isso por mim: nasce para morrer na cruz e, por que, apesar de tudo isso, encontramos tanta dificuldade para amar? A oração de São Francisco Xavier pede para deixar-nos perder, dar a nossa vida... O que falta é o amor, pois o nosso amor é superficial, devocional, não é paixão, não é enamoramento. Dizemos que O amamos, mas é um amor tão vazio, tão pobre... Em nossa oração, devemos pedir, por meio de Maria, a graça de amar Nosso Senhor e, olhando o Menino Jesus e o Crucificado, dizer: Perdão, Senhor, perdão por não te amar. Perdão, Senhor, perdão por não ser santo!
EE 134 = é o último mistério
A Vida Pública de Jesus durou 02 anos e meio e a Vida Oculta 34 anos. Será que a Vida Oculta de Jesus foi uma perda de tempo? A fé nos diz que tiveram o mesmo peso tanto a Vida Oculta quanto a Vida Pública. As irmãs de vida contemplativa não fazem menos que as de vida apostólica, porque nos fazem entender o valor da vida com Deus: diante de Deus, não é o que e quanto fazemos, mas como fazemos; instintivamente, usamos os critérios do mundo, por isso pesa mais o que a gente faz e o que é visível. A Igreja Santa pensa diferente e canoniza santos e santas que nada fizeram... Jesus passou 34 anos como operário, como carpinteiro...
Contemplar Belém e Nazaré para compreender o que é a vida espiritual e questionar: quais são os meus critérios? Julgamos pelo exterior? A Vida Escondida de Jesus é uma lição que não se pode deixar de lado. Examinar a nossa vida de oração: quando dizemos que não temos tempo para a oração, estamos tirando o tempo Dele. Sl 63. A Vida Escondida pode ter o mesmo ou mais valor que a Vida Pública, porque ninguém vê, só Deus. Temos dificuldade de acreditar e assimilar porque é um dos mistérios mais difíceis e temos dificuldade de viver. Precisamos ficar em Nazaré para aprender com o Menino e com Nossa Senhora que sabia ler a Lei de dentro e nós paramos na aparência. O Jesus de Nazaré não dá status. Precisamos mudar a interioridade. Nazaré é o mistério que nos desarma, faz cair tudo que é aparência, é mentira. Nós vivemos de máscaras, esquecendo a pessoa, a sua dignidade; estamos destruindo a pessoa.
Ter presente a Família de Nazaré e perguntar: que lugar têm em nossa vida os josés, os meninos jesus, as nossas senhoras que encontramos no dia a dia? É preciso parar e aprofundar no mistério, senão ele é mudo, não nos fala, quando o mistério deveria nos chocar. E perguntar: eu acredito nisso? A casinha de Nazaré me encanta ou me deixa indiferente? Poderemos sair do Retiro “intocados”.
Não podemos não aceitar o desafio de que pelo Batismo, todos somos chamados à santidade. Como? Amor extraordinário, como a mãe, que vê os defeitos do filho, mas ela ama o filho. É comeste amor verdadeiro que podemos compreender o mistério de Nazaré que nos pede, em certo sentido, a morte!
Pedir a graça de entrar, profundamente, no mistério de Nazaré. “Perdão, Senhor, por não ser santo”, perdão porque não amo. Sentir que o Senhor nos chame para uma conversão, para seguir contagiando pelo modo de viver, dizendo: “Faça-se!” Na vida, temos santos e santas com o Espírito de Nazaré. Sem Nazaré não há conversão.
EE 134 “... e depois, como eles o acharam no Templo”. Lc 2,41. Em Rm, capítulos 9,10 e 11, São Paulo diz que o mundo vai acabar quando os judeus reconhecerem que são o povo escolhido por Deus; povo sempre perseguido, nunca se misturam e pregam que Deus é um. A fidelidade dos judeus à Lei de Moisés, à Lei de Deus: o menino, aos 12 anos, era um judeu e assumia toda a responsabilidade do homem judeu. Imaginem o desespero de José e Maria por terem perdido o Menino... Mas, aí, Jesus está “formando” os seus pais. Segundo os teólogos, Jesus conhecia o que era necessário, naquele momento, para a sua missão; também dizem os teólogos que Jesus teve uma experiência profunda do Pai.
Este mistério é colocado nos EE como uma ponte entre a vida normal em Nazaré e, de repente, acontece uma ruptura para preparar para o discernimento que requer a atitude de indiferença inaciana. Deus é que faz a diferença, Ele é o fiel da balança. Esta indiferença acontece com a oração. A ruptura pode ser doença, acidente, decepção grande que até podem afastar de Deus. Neste caso, muitos brigam com Deus de uma forma injusta. Falta preparação para a ruptura, que vem sempre, e aí começa a etapa contemplativa: ...não sabíeis... que a verdadeira vida é outra? A ruptura aceita antecipadamente evita a sensação de desespero e abandono.
O importante é dar a Ele o nosso “Faça-se”, abandonar-se, entregar-se. É preciso oferecer, às vezes sem compreender. Para encarar a ruptura, devemos ter fé e amor. Maria deve ter repetido o “Faça-se” em diversos momentos da vida de Jesus. O sangue da ruptura deve ser oferecido. Devemos preparar o nosso cálice para oferecer ao Senhor, como as gotas de água que são colocadas no vinho no momento do Ofertório. As pequenas rupturas e a oração vão nos preparando como Maria que sabia que o Filho era dela e não era.

Um comentário:

  1. Participo dos Retiros Mensais Orientados com o Pe. Pedro Maione em Teresina e são maravilhosos, um momento de graça, fé e oração. Vale muito a pena!

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