A Gruta solitária e fria, onde só mugido
havia
sentia no seu só
a dor do vazio.
Mesmo olhando para o alto
somente dó das estrelas ela sentia
pois a cintilação celeste, para a
Gruta, nada dizia.
E o tempo passava, nada mudava
e mais a Gruta se encolhia
às vezes de frio e, às vezes, ela mesma
não sabia.
Mas, numa noite, algo despertou seu
querer acordar
uma ternura ela sentia; uma Luz quase
perto – um parto – se fazia.
Um chorinho encheu a Gruta, e uma
vibração o seu coração
que sem querer acordar (e já desperto)
tanta doçura sentia.
No silêncio da Terra, que embalava o
céu, ela dizia a si mesma:
“Deixa-me sonhar que a Vida entra no meu
coração, a alma curada ouve dos anjos a canção”.
“Dorme, Gruta” repetia, repetia... e,
totalmente desperta,
chorou todas as lágrimas da alegria que
se entregava, e extasia.
O choro de uma Criança...
Uma jovem...
Um homem...
O Mistério...
A Gruta...
Deus se fez Menino pequeno
E era tanto brilho que a Gruta, na mesma
Luz, reluzia.
O Menino nasceu
a Gruta se eternizou
e o que antes era tristeza
agora nada mais quer.
Entrega o coração
Que só de Amor se sacia.
“Ver Deus em todas as coisas
E todas as coisas em Deus” (Mirian
Sales, dezembro 2013)
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