Na vida de cada um de nós, sempre acontece um "freio de
arrumação", quando a corrida para a Terra Prometida não obedece às
sinalizações do GPS. Nesta parada obrigatória, experimentada não só por Santo
Inácio de Loyola, o silêncio é mais profundo e escutamos a voz de Deus com mais
clareza.
Eis o que escutei: "O valor psicoteológico da
Ceia"!
Como psicóloga, tenho algum conhecimento da psicanálise
freudiana, que fala do desenvolvimento emocional da criança. Contudo, somente agora fui capaz de
entender a pedagogia de Jesus, quando, na Santa Ceia, ele diz "isto é o
meu corpo, tomai e comei". Ele está ancorando a Comunhão da Santa Ceia na
organização da vida psíquica de cada um de nós como bebê; Ele toca na memória
de cada um, quando o corpo e leite maternos foram doados. Primeira marca da
oferta do amor gratuito e incondicional.
Deus, na sua sabedoria infinita, nos criou para sermos
organizados psiquicamente dessa forma e instituiu a Santa Ceia justamente em
torno dessa experiência mais primitiva de amor, para, espiritualmente, também
termos nossa interioridade organizada desde a base.
A boca é orgão de entrada do leite materno, símbolo do amor
humano que se diviniza na Eucaristia, quando Jesus também oferece seu corpo e
sangue e confirma a nossa identidade de filhos do mesmo Pai.
Na verdade, o corpo e o sangue de Cristo oferecidos têm um
sabor eterno, que alimenta e organiza a nossa alma cada vez que os recebemos.
(Mariza Athayde)
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