Na homilia, Pe. Miguel começou destacando que a Leitura (Ex 40, 16-21.34-38), com a sua riqueza de símbolos, não está falando, apenas, de um povo primitivo, mas, também se dirige a todos nós, homens e mulheres do século XXI, que, muitas vezes, temos dificuldade de perceber esses sinais tão familiares ao Povo de Deus na sua caminhada. E ressaltou: “Deus está conosco, caminha conosco e está presente, não só no santuário templo, porque este santuário do Antigo Testamento é redimensionado em Jesus; Jesus, que é o Santuário, é a Revelação perfeita de Deus. O texto de Êxodo fala do essencial: a reverência diante do Sagrado e sublinha a experiência de estar com Deus, o que faz lembrar Adélia Prado, no poema ‘Sítio’... e nós corremos o risco de perder o sentido do sagrado, do espaço litúrgico”.
Lembrou que, assim, o santuário - templo de pedra – passa a ser de carne; e quando Santo Inácio nos leva a pedir a graça de buscar e encontrar Deus em todas as coisas, significa buscar o reinado de Deus. E o Reino de Deus é difícil de explicar em um conceito, porque tem a dimensão do sagrado, do mistério, algo que é muito maior, por isso precisamos de sabedoria e discernimento, para afirmar, como o Salmista, prefiro estar no limiar de sua casa a hospedar-me na mansão dos pecadores.
Utilizando o Evangelho (Mt 13,47-53), quando Jesus traz a parábola da rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo, recordou que a palavra católico significa universal; então, nós, Igreja Católica, somos chamados a conviver com o diferente, pois Jesus quebra a divisão, os nós, os limites. E Deus ama a todos, com um amor incondicional, amor de mãe; portanto, nós devemos buscar ser, no mundo, reflexo deste Amor. Destacou, também, que a parábola da rede tem uma dimensão escatológica e lança luz sobre o télos, o fim, não para aterrorizar, pois o julgamento final não é algo que vai acontecer, ele é o resultado do processo vivenciado na Terra, as nossas escolhas determinam este fim, que não é um evento, está próximo, está em nós, está dentro de nós. E suplicou: que Deus nos ajude a perceber a sua presença entre nós.
Na oportunidade, agradeceu a Pe. James, que esteve como Diretor do CIES nos últimos meses, onde foi mestre da lei e, agora, assume o lugar de discípulo do reino, seguindo para Salamanca, a fim de cumprir a Terceira Provação. Destacou que, neste momento, talvez o CIES não precise de um diretor, por isso o Pe. Eliomar vem para caminhar com e apoiar a Equipe do CIES. Informou-nos, também, sobre o seu contato com o Pe. Geral, que destacou a importância de os jesuítas definirem as prioridades, pois estamos distraídos, a fim de não perder a profundidade, a criatividade e a espiritualidade no seu apostolado, para dar novas respostas aos novos desafios, num serviço qualificado à Igreja.
Pe. Miguel finalizou sua homilia exortando-nos a não perder a dimensão do sagrado, que está em cada um de nós, está nas outras pessoas, está no mundo, na Humanidade. Ao término da celebração, o Pe. James dirigiu-se à assembléia (equipe do CIES, colaboradores, representantes do Santuário N.S. de Fátima, da CVX, do CAV, da Comunidade de Santo Antônio da Barra e da Paróquia N. S. de Lourdes) com as seguintes palavras:
Queridos Amigos e Amigas,
Em tudo Amar e Servir!Minha mais profunda gratidão por este pequeno tempo com vocês. Foi muito bom... os encontros, retiros e quanta gente para atendimento.
Desde a minha chegada, muito me moveu o desejo profundo de encontrar Graça aos olhos do Senhor (Lc 1,30); portanto, confiei muito minha vida a Nossa Senhora da Estrada.Que o CIES continue sendo esta grande luz, irradiada pela belíssima espiritualidade inaciana.
Peço a oração de todos e todas. Que Santo Inácio nos abençoe!
Assim, concluímos, dizendo, amém!
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