sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Encerramos o mês de outubro, rezando a missão...

O convite para a Manhã de Espiritualidade já dizia: “É missão de todos nós, Deus chama: eu quero ouvir a sua voz” e, para nos ajudar a rezar, compreender e viver esse tema, Pe. Eliomar Ribeiro, sj tomou como base o final dos quatro Evangelhos: Mt 28, 16-20 ; Mc 16, 9-20; Lc 24, 36-53 e Jo 21, 20-40, recordando-nos que os Apóstolos foram as testemunhas oculares do que Jesus ensinou e realizou para a salvação da humanidade.
O primeiro evangelho citado foi o de Mateus, mostrando que Jesus ENVIA os discípulos com três missões: ensinar, santificar e governar, ou seja, fazer discípulas todas as nações, batizar e ensinar.


No Evangelho de Marcos, ao apresentar um resumo das aparições do Ressuscitado, destacou a seguinte ordem: IDE e PROCLAMAI (16,15); assim, aquele que acreditar seja batizado e tenha a vida em Cristo.
“Vós sois testemunhas” (24,47-48) nos diz Lucas no último capítulo do seu Evangelho. Ele não apresenta um mandato, mas deseja mostrar que discípulo é aquele que dá testemunho e ainda não se desligou do templo, por isso é assíduo na participação das orações.
João escreve o quarto evangelho e se auto intitula “O discípulo amado”, mostra Jesus confirmando a missão daqueles que o seguiam e os convida a dar testemunho. Em resumo, nos quatro evangelhos, a missão significa: ser discípulo, batizar e ensinar, ou seja: Anunciar o Reino de Cristo.


O Pe. Eliomar ressaltou, também, que a Igreja primitiva, no primeiro momento, não é Igreja, mas tem seguidores de Jesus que criam sinais para se identificar, a exemplo do peixe, pois os seguidores de Cristo, muitas vezes, eram chamados “os seguidores do peixe”. Após comentar as origens do Cristianismo, destacando que foi, desde o início, notadamente, marcado pelo testemunho, pelo martírio e pela perseguição anônima, e, durante mais ou menos 300 anos, viveu na clandestinidade, provavelmente como uma seita dentro do judaísmo. Até a época do governo do Imperador Constantino, a Igreja era conhecida pelo seguimento de Jesus, pelos discípulos, não era uma religião, pois Cristo é o único mediador entre nós e Deus, se tornou o Cordeiro imolado, e seu sangue foi derramado para a nossa salvação. Jesus é a grande oferenda, e nós somos “Templo”, onde o Espírito de Deus habita.

Em seguida, chamou a nossa atenção para o Grande Sacramento, que é o próprio CRISTO, e o grande sinal, que é a EUCARISTIA, afirmando que, do sacramento da Eucaristia, brotam os outros sacramentos. E prosseguiu, com um resumo sobre a missão nos diversos continentes e o percurso feito pela Igreja primitiva até os tempos atuais, a descoberta de povos na Ásia, Oceânia, América, etc., destacando que os que foram enviados para levar Cristo, para anunciar, foram filtrados pela experiência do cristianismo como religião e não de seguimento, levando consigo marcas de medo, leis, dogmas, escrúpulos, etc. Assim, as grandes navegações portuguesas e espanholas trouxeram missionários para o Brasil, estes carregavam dois símbolos que se confundiam e, num determinado momento, não se distinguia mais um do outro: a cruz e a espada. Os missionários traziam devoções e não o Cristo, ou seja, havia muitos católicos e poucos cristãos. Nos dias atuais, a missão se configura de forma diferente: é preciso ir ao encontro, ser presença de Cristo, dar testemunho ajudar as pessoas a ser presença e ser testemunha.


Para ajudar a responder às perguntas: O que é a missão? O que devemos fazer? Padre Eliomar exibiu um filme sobre o trabalho de Henrique da Trindade, cujo objetivo é divulgar o que as pessoas fazem, como ajudam e mostrar que pequenas ações fazem grande diferença para aqueles que não têm comida, bebida, roupa, lugar para dormir, etc. Não é tanto ir, mas agir. Viver o Evangelho na simplicidade: todas as vezes que fizermos algo a alguém é a Deus que estamos fazendo.


A proposta de oração pessoal foi: a partir da leitura dos Evangelhos, contemplar a missão da Igreja e da minha vida e procurar responder:
1. Que apelo o Senhor tem feito a mim?
2. A que missão sou chamado, chamada ?


Uma celebração Eucarística encerrou esta Manhã de Espiritualidade, em cuja homilia, foram destacados os seguintes pontos:
- A proposta de Jesus diante do comportamento dos fariseus: O SERVIR. Jesus ensina a saber receber de graça e a saber dar sem esperar recompensa. Jesus não só cura, inclusive no dia de sábado, mas, na Última Ceia, quando tira o manto e lava os pés dos discípulos (Jo 13, 4-11) e nos mostra o verdadeiro sentido do servir, da disponibilidade, da generosidade, do comprometer-se com os mais necessitados, não esperar recompensa e não desejar ocupar os primeiros lugares. "Aquele que era de condição divina, humilhou-se a si mesmo" (Fl 2, 6-8).
- Fazer o caminho significa converter-se e seguir. Fazer o Bem ao outro é o lava-pés continuado, é a nossa Eucaristia. Devemos ter cuidado com a Eucaristia somente pela eucaristia, porque, desse modo, será uma Eucaristia que não compromete e a falta de comprometimento não realiza a vontade de Deus.
- A importância de encontrar Deus em todas as coisas é mostrada por Inácio: Ele nos leva à missão. Missão que Cristo faz primeiro a mim e, depois, eu faço a outros. Não basta não fazer o mal para ser seguidor de Jesus. É necessário superar o egoísmo, o individualismo e a autossuficiência, para colocar-se “inteiro” diante do Senhor e desejar cumprir o primeiro dos mandamentos: “Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo”.
- Quanto mais me sinto amado, mais posso amar. Quanto mais faço a experiência de Cristo, mais posso agir concretamente e ajudar o Outro a encontrar o Cristo. Somente através do perdão, da justiça e do Amor realizaremos o projeto de Jesus: fazer a vontade do Pai.
(Cesarina Marques)

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