Para
trabalhar o tema “A Identidade de Jesus”, na Manhã de Espiritualidade do mês de
junho, o Pe. Eliomar Ribeiro, SJ, propôs articular com o Evangelho deste
domingo (30/06), Mt 16, 13-19, e iniciou com o seguinte questionamento: “Como
se dá o processo de identidade no ser humano”? “Qual é a primeira coisa que nos
identifica?”
E
prosseguiu, interagindo com os participantes, levando-nos a concluir que há uma
dialética no processo de construção da identidade, pois temos uma identidade que
recebemos como dom, oferta, presente, e outra, que é a identidade adquirida na
relação com as pessoas, com a cultura, com a fé etc.
Assim, a
princípio, temos a identidade inicial, o
nosso NOME, que é dado por outras pessoas, é algo que recebemos; temos a
filiação, algo que também é externo, é herdado; o DNA, nosso código genético,
herança dos nossos ancestrais. E temos a nossa digital, com a qual nos
afirmamos no mundo e não existe outra igual; temos a fisionomia, a face, o
rosto, o corpo, a sexualidade, que são próprios de cada pessoa; temos a fé e as
nossas escolhas que também nos identificam.
Concluímos,
então, que somos todos iguais, porque seres humanos, mas somos todos
diferentes, porque cada um vai se fazendo diferente ao longo da vida. O
processo de desenvolvimento da identidade é social. Experimentamos a identidade
e a identificação. Temos uma identidade física, psíquica e espiritual
(transcendente).
Lembrou-nos
Pe. Eliomar que “é neste sentido que precisamos compreender a pergunta de
Jesus, no Evangelho de hoje: Quem sou eu
para vocês? O que estão dizendo de mim? É uma pergunta em três dimensões, e
a segunda pergunta tem a ver com a fé, porque, ao viver a nossa fé, estamos
respondendo à pergunta de Jesus.”. E provocou o grupo, visando à atualização do
questionamento: “Em que Jesus eu acredito? O que sobra da identidade de Jesus
na Igreja hoje? Que imagem de Jesus nós passamos em nossas pastorais, em nossos
grupos? Infelizmente, não é a mesma”.
Ao
ressaltar que a dimensão religiosa, no ser humano, é anterior à opção religiosa,
retomou São Paulo, quando afirma que, entre a fé, a esperança e a caridade, a
mais importante é a caridade, porque vem de Deus, que é a fonte do AMOR. E
Jesus é aquele que veio fazer a vontade do Pai, por isso a identidade de Jesus
mexe com a minha identidade. O caminho da santidade não é de ser bonzinho, é
caminho de integração, daí a importância de admitir,
acolher e integrar. Quando me integro, acontece uma iluminação que
amplifica esta integração.
E
insistiu: Em Quem eu acredito? Porque
Jesus não está preocupado em condenar, Ele olha para a frente, vê aquilo
que a pessoa poderá fazer. O que vai nos
salvar é a HUMANIZAÇÃO, é quanto mais humanos nos tornamos, fazendo aquilo que
Deus espera de nós. O grupo ajuda no processo de integração/humanização; a fé é
afirmada no nível pessoal e celebrada no coletivo, porque Deus quer salvar a
todos. A celebração é o encontro com o Senhor e com a comunidade, por isso é
importante o silêncio, não, apenas, o silêncio exterior, que ajuda, mas o silêncio
interior, que reflete a integração. A experiência cristã é constituída de
encontros que me aproximam de Jesus e me identificam com Ele.
Com este
conjunto de reflexões e provocações, Pe. Eliomar enviou-nos para a Oração
Pessoal, utilizando o texto de Mt 16, 13-19, lembrando: 1) o povo de Israel
acreditava que os grandes profetas voltariam, por isso a referência a Elias,
João Batista, Jeremias; 2) quando Pedro declara a identidade de Jesus, Jesus dá
a missão, por isso, a minha escolha, ao definir Jesus, confirma a minha missão,
ou seja, ao definir a identidade de Jesus eu sou confirmado/a em minha vocação;
3) quem é Jesus para mim?
Concluímos
esta Manhã de Espiritualidade com a Celebração Eucarística, quando celebramos
os apóstolos São Pedro e São Paulo, momento em que aconteceu, também, a
partilha da Oração. (Marize Pitta)
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